No começo dos anos 80 o rock brasileiro efervesceu e várias bandas puderam sair do porão e botar a cara ao sol, dentre elas, As Mercenárias. Nada era tão cor de rosa no mundo delas. Eram sérias, ríspidas, liberadas, usavam um lirismo sombrio, atitude e poesia estranhas se comparadas às bandas da mesma época. É claro que chamaram a atenção por serem uma (descomunal) banda de garotas, mas o que realmente paralisava nos shows era o muito que tinham a dizer e o modo como se comportavam. O grupo, que formou-se no final de 1982, teve Edgard Scandurra(Ira!) na bateria em sua primeira formação. O primeiro álbum “Cadê as Armas?“(1986 – Baratos e Afins) foi gravado com pouca grana e foi um desbravamento, já que os técnicos de estúdio no Brasil ainda não manjavam gravar bandas de rock.

O segundo e último disco “Trashland“(1988 – EMI) saiu e foi eleito o disco do ano pela revista BIZZ. Três meses após o feito, foram abandonadas pela gravadora EMI e então a banda foi acabando aos poucos. Foi tão burro e fútil o abandono da EMI para com elas, pois ficou evidente que a gravadora independente “Baratos e Afins” (que lançou o primeiro álbum) tinha dado muito mais atenção e principalmente investido mais na banda do que a toda poderosa EMI. Burrice é apelido.

33 anos se passaram desde o início, e como todos sabem, o que é bom nunca morre. O interesse do público rock só cresceu com a internet e o download desenfreado, e em meados de 2004, um bom cachê foi o chamarisco para trazê-las novamente aos palcos, e Sandra Coutinho(baixo) reúne a banda com a Rosália(vocal) que a acompanha para uma série de shows por São Paulo e Interior com Geórgia Branco na guitarra e Pitchu Ferraz na bateria.
As Mercenárias continuam a se apresentar tendo Sandra como única integrante original da banda e desde então, várias formações, sendo a atual: Sandra Coutinho – baixo e vocais ; Michelle Abu – bateria e vocal ; Silvia Tape – guitarra e vocal
A entrevista que fiz na sede do Girls Rock Camp foi possível porque Sandra se deslocou de São Paulo para Sorocaba a fim de ministrar um workshop e apresentação ao vivo com integrantes e voluntárias do projeto G.R.C. idealizado por Flávia Biggs nas festividades do Ladies Rock Camp, e é nesse cenário que rolou o nosso encontro, e o resultado você confere abaixo:
O MAPA DA MINA: uma lista de referências, bandas, conexões e pessoas citadas nesta entrevista
– As Mercenárias – Demo 1983 (relançamento 2015)
– Smack (Sandra Coutinho – baixo, voz > Pamps – guitarra, voz > Edgard Scandurra – guitarra, voz > Thomas Pappon – bateria)
– AKT (Sandra Coutinho – baixo, voz > Karla – quitarra > Dequinha – voz e teclados > Biba Meira – bateria)
– O importante produtor, músico e luthier RH Jackson (Voluntários da Pátria – Low Key Hackers)
Aqui uma inusitada e absurda apresentação da banda com a formação original no programa Perdidos na Noite de Fausto Silva na TV Bandeirantes em meados de 1988. Em poucas palavras: Demonstração de poder!
Olá, amigos do Palco Local!
Escrevo para parabenizá-los pela excelente matéria-entrevista com a impecável Sandra Coutinho.
Morei por décadas em um bairro da zona leste de São Paulo e sempre via Sandra caminhando tranquilamente pelo bairro, mas minha timidez sempre me impediu de abordá-la para expressar a imensa admiração que eu tenho por ela.
Meu namorado Raphael Bittencourt sabe o quanto anseio por ver um show das Mercenárias desde que me mudei de novo para a Baixada Fluminense. A última vez que as vi ao vivo foi em um evento em homenagem à Lira Paulistana, com a banda Seychelles fazendo o show de abertura.
Eu e meu amado estaremos lá com certeza em Brás de Pina!
O show será imperdível, digno de entrar para a história.
Abraços Fraternos,
Alberto Aquino de Carvalho Bittencourt
Valeu pela participação Alberto!!
Sandrinha e as Mercenárias mandam bem pra caramba mesmo!